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Entre montanhas tão altas que pareciam acariciar as nuvens, existia uma floresta mágica, quase secreta, onde cada detalhe parecia carregar um sopro de encanto. Nesse lugar vivia Lúcio, um jovem castanheiro que se destacava por sua singularidade. Diferente das outras árvores, ele era mais baixo, mais esguio e trazia em suas folhas um brilho dourado que cintilava sempre que o sol se espalhava entre as copas. Embora pequeno, Lúcio guardava dentro de si um coração repleto de sonhos e curiosidade. Amava as histórias narradas pelo sábio carvalho à beira do riacho — contos sobre árvores que produziam frutos encantados, sobre animais que conversavam como gente e sobre segredos guardados sob as raízes mais antigas. Nos seus dias tranquilos, Lúcio se deixava levar pelo vento suave, embalando esquilos que corriam sobre seus galhos e acompanhando em coro o canto alegre dos pássaros que o visitavam.
Mas, por mais feliz que fosse, ele sentia algo faltando. “Quando eu crescer”, dizia ele às borboletas, “vou ser uma árvore tão importante que todos vão se lembrar de mim!”
Sua amiga mais querida era uma joaninha chamada Tília, que sempre pousava em suas folhas e lhe contava histórias do mundo lá fora. Ela disse um dia:
— Há uma árvore muito especial no centro da floresta. Dizem que ela dá não apenas castanhas, mas também sementes de sorte!
Lúcio arregalou seus olhos-ramos.
— Sementes de sorte? Como assim?
Tília sorriu, mostrando suas antenas pontiagudas.
— Ninguém sabe exatamente onde fica, mas quem encontrar pode escolher seu destino. Alguns dizem que é o Castanheiro da Fortuna.
Aquela ideia fez o coração de Lúcio bater mais forte. E se ele encontrasse essa árvore? E se ele pudesse mudar sua vida e ajudar todos os seus amigos?
E foi naquela noite, sob o manto estrelado que iluminava a floresta, que uma simples conversa encheu o coração de Lúcio de coragem. Ali, entre o sussurro das folhas e o brilho suave da lua, ele tomou uma decisão: partiria em busca do lendário Castanheiro da Fortuna. Enquanto o silêncio da noite envolvia tudo ao redor, Lúcio permaneceu desperto, seus olhos fixos no céu bordado de estrelas. Cada ponto luminoso parecia lhe contar segredos de lugares distantes, despertando nele um desejo profundo de ir além da floresta. Imaginava-se viajando por terras desconhecidas, descobrindo cenários que jamais vira e encontrando criaturas cheias de mistério e sabedoria.

Mas uma dúvida martelava na cabeça dele: como uma árvore poderia viajar?
As outras árvores nunca saíam do lugar. Seus pais eram grandes e fortes, com raízes grossas enterradas fundo na terra. Ele sabia que, embora tivesse vontade de voar, era impossível. Afinal, árvores não têm pernas nem asas.
Mas Lúcio era teimoso. Quando ele decidia algo, não desistia fácil. Começou a pensar em como poderia se locomover. Talvez… talvez ele pudesse virar uma semente? Assim, o vento poderia levá-lo para qualquer lugar!
Essa ideia o deixou tão empolgado que ele mal conseguiu dormir. No dia seguinte, ele iria colocar seu plano em prática. Era hora de partir em busca do lendário Castanheiro da Fortuna.
Enquanto isso, Tília voava por ali, sem saber que logo estaria envolvida numa aventura maior do que jamais imaginara. Os dois não sabiam, mas aquela jornada mudaria suas vidas para sempre.
Lúcio estava prestes a descobrir que, às vezes, o maior tesouro não está no destino, mas nas lições aprendidas durante o caminho.
Na manhã seguinte, o sol nascia tímido por trás das montanhas, pintando o céu com cores quentes de laranja e rosa. Os pássaros cantavam como se soubessem que algo importante estava prestes a acontecer.
Lúcio acordou cheio de energia e determinação. Era o dia em que ele começaria sua grande aventura.
Ele olhou ao redor, para os amigos da floresta: os esquilos correndo pelas árvores, os besouros rastejando entre as folhas caídas, os coelhos pulando de um lado para o outro. Tudo parecia tão familiar… mas também tão distante. Hoje, ele deixaria tudo isso para trás.
— Tília! — chamou ele, balançando suavemente seus galhos. — Preciso falar com você!
Tília, que naquele momento estava pousada em uma flor próxima, voou até ele com suas asinhas delicadas e seu corpo vermelho pontilhado de preto.
— O que foi, Lúcio? Parece que você não dormiu a noite toda…
Lúcio sorriu, feliz por ter uma amiga tão atenta.
— É verdade. Pensei demais sobre isso, Tília. Eu vou encontrar o Castanheiro da Fortuna.
Tília ficou surpresa, mas tentou manter a calma.
— Você sabe que isso é muito difícil, não é? Ninguém nunca encontrou essa árvore. E além disso… você é uma árvore. Como vai viajar?
Lúcio respirou fundo e respondeu:
— Eu sei que árvores não andam. Mas eu posso virar uma semente. Se eu cair e o vento me levar, talvez eu consiga ir longe. Muito longe.
Tília olhou para ele com carinho e admiração. Ela sabia que Lúcio era diferente das outras árvores. Ele tinha coragem, mesmo sendo pequeno. Decidida, ela disse:
— Então eu vou com você. Vou ser sua guia e sua companheira de viagem.

Os dois combinaram tudo direitinho. Naquela mesma noite, Lúcio faria o sacrifício mais difícil de todos: arrancar-se do chão onde nascera, deixar para trás sua família e sua casa. Ele sabia que seria doloroso, mas também sabia que crescer muitas vezes significa sair da zona de conforto.
Ao entardecer, quando o céu já estava tingido de roxo e dourado, Lúcio começou a se balançar com força. Ele se movia tanto que algumas folhas caíram e os animais curiosos pararam para assistir. Tília voava ao seu lado, incentivando-o com palavras gentis.
— Você consegue, Lúcio! Só mais um pouco!
Com um estalo suave, Lúcio se soltou. Ele sentiu um frio no coração e um vazio dentro de si, mas também uma sensação estranha de liberdade. Agora ele era apenas uma semente marrom, com listras douradas brilhando sob a luz da lua.
O vento soprou forte. Foi como se a própria natureza estivesse ajudando-o a começar sua jornada. A brisa pegou Lúcio com cuidado e o levantou no ar. Ele subiu, girou, rodopiou, enquanto via sua antiga casa desaparecendo no horizonte.
Tília voava ao seu lado, protegendo-o dos ventos mais fortes e indicando o caminho. Era a primeira vez que Lúcio via a floresta de cima, e tudo parecia tão grande e misterioso.
— Está assustado? — perguntou Tília.
— Um pouco — admitiu Lúcio. — Mas também estou empolgado. Nunca imaginei que eu fosse voar um dia!
E assim começou a jornada do pequeno castanheiro em busca do lendário Castanheiro da Fortuna. Ele não sabia o que o esperava, nem quantos desafios enfrentaria, mas sabia que cada passo (ou melhor, cada voo) o aproximava de seu sonho.
A floresta era vasta, cheia de segredos e criaturas desconhecidas. Havia lugares iluminados pelo sol e outros mergulhados em sombras profundas. Lúcio ainda não sabia, mas aquela jornada mudaria para sempre quem ele era.
O vento carregou Lúcio por horas, levando-o para longe da floresta que ele conhecia tão bem. Tília voava ao seu lado, mantendo os olhos atentos à paisagem abaixo.
No começo, a jornada parecia um sonho encantado. Campos repletos de flores dançavam suavemente ao compasso da brisa, enquanto riachos límpidos refletiam o céu como espelhos de cristal. O canto dos pássaros preenchia o ar com melodias doces, tornando cada passo de Lúcio leve e cheio de esperança. Contudo, à medida que seguia adiante, aquela paisagem acolhedora começou a se transformar. O colorido das flores já não era tão intenso, o som da água parecia mais distante e o vento trazia um tom de mistério, como se a própria floresta guardasse segredos que ele ainda não estava pronto para descobrir.
A luz do sol foi se escondendo atrás de árvores cada vez mais altas e grossas, como se estivessem guardando segredos antigos. O ar ficou mais úmido, e o som dos animais tornou-se mais estranho — alguns eram curiosos, outros assustadores. Lúcio sentia seu pequeno coração bater forte dentro da casca da semente.
— Estamos entrando na Floresta das Sombras — avisou Tília, com um tom sério na voz. — Poucas criaturas vêm por aqui. Dizem que é habitada por coisas que não gostam de visitantes.
Lúcio tentou manter a coragem, mas não pôde evitar um tremor.
— Vai dar tudo certo — disse ele para si mesmo, baixinho. — Eu vim até aqui. Não posso desistir agora.

De repente, uma rajada de vento mais forte quase lançou Lúcio contra uma árvore gigante, cheia de espinhos nas raízes. Por sorte, Tília conseguiu desviar dele no último instante.
— Cuidado! — ela gritou. — Temos que encontrar um lugar seguro para você pousar.
Logo depois, eles viram uma clareira entre as árvores, e o vento pareceu acalmar-se por um momento. Lúcio caiu suavemente sobre um tapete de folhas secas, ainda tremendo.
— Primeiro teste superado — disse Tília, pousando ao lado dele. — Mas essa floresta não vai facilitar nada.
Mal ela terminara de falar quando ouviram um barulho alto vindo das moitas. Era um esquilo grande e mal-encarado, com o pelo marrom-acinzentado e os olhos curiosos.
— O que temos aqui? Uma semente perdida?
Ele se aproximou, farejando o ar.
— Sementes são raras por aqui… e deliciosas!
Lúcio engoliu em seco. Ele nunca imaginara que poderia ser comido durante sua jornada. Tília, sem perder tempo, voou diante do esquilo e falou rápido:
— Ela não é qualquer semente! É uma semente mágica! Se você comer, vai ter pesadelos terríveis!
O esquilo hesitou, confuso.
— Pesadelos?
— Sim! — continuou Tília. — Sonhos com cobras, monstros e chuvas de pedras. Todos os seus piores medos!
O esquilo recuou, assustado.
— Hmmm… acho melhor eu procurar outra coisa pra comer…
E saiu correndo, sumindo entre as árvores. Lúcio respirou aliviado.
— Você foi incrível! — disse ele, admirado.
Tília sorriu.
— Amizade também é isso: proteger quem está em perigo.
Mais tarde, enquanto descansavam sob uma planta com folhas largas, Lúcio olhou para o céu escuro acima das copas das árvores.
— Será que eu vou conseguir encontrar o Castanheiro da Fortuna?
Tília pousou em uma folha próxima.
— Claro que vai. Mas não pense que a jornada é só sobre chegar lá. É também sobre aprender, crescer e descobrir quem você realmente é.
Lúcio pensou nisso por um longo tempo. Talvez, mesmo que ele não encontrasse a árvore, já estivesse mudando. Já era diferente do castanheiro que havia deixado sua casa dias antes.
Na manhã seguinte, eles seguiram viagem. Logo encontraram um novo obstáculo: um rio largo e rápido, com águas turvas e rochedos afiados.
— Como vamos atravessar? — perguntou Lúcio.
Tília examinou o local e teve uma ideia.
— Veja aquela folha enorme ali? Parece forte o bastante para flutuar. Vou empurrá-la até a água, e você pode viajar nela até o outro lado.
Foi o que fizeram. Com cuidado, Lúcio subiu na folha e segurou firme. Tília voou ao lado, ajudando a guiar.
O rio era traiçoeiro. As ondas jogavam a folha de um lado para o outro, e várias vezes quase a viraram. Mas, com habilidade e muita determinação, eles conseguiram alcançar a margem oposta.
Lúcio estava molhado, cansado, mas feliz.
— Conseguimos! — disse ele, com um sorriso fraco.
— E ainda tem muito chão pela frente — respondeu Tília, olhando para o horizonte. — Mas você está indo muito bem.
E assim, com coragem e amizade, Lúcio continuou sua jornada, enfrentando os desafios que a floresta colocava em seu caminho, cada um ensinando algo novo sobre ele mesmo.
Depois de dias viajando, enfrentando ventos fortes, rios perigosos e criaturas desconfiadas, Lúcio e Tília finalmente chegaram a um lugar diferente de tudo que já haviam visto. Era uma clareira enorme, cercada por árvores tão antigas que pareciam ter vivido mil histórias
O ar ali era mais pesado, como se o próprio tempo andasse devagar.
No centro da clareira, havia algo que parecia saído de um sonho: um grande portão feito inteiramente de raízes grossas e entrelaçadas. Elas formavam um arco com símbolos misteriosos esculpidos na casca. Sob a luz fraca do sol que atravessava as copas das árvores, o portão brilhava levemente.
— Este é o Portão das Raízes — disse Tília, em voz baixa, quase sussurrando. — Dizem que atrás dele está o Castanheiro da Fortuna.
Lúcio olhou para o portão e sentiu seu coração acelerar. Era isso. A jornada toda tinha sido para chegar até ali. Mas, ao mesmo tempo, uma onda de medo o invadiu.
Como ele sabia que estava pronto? E se não fosse nada do que imaginara? E se a árvore não tivesse nenhuma magia?
Tília percebeu sua hesitação.
— Você pode ficar aqui e descansar, se quiser — disse ela gentilmente. — Ninguém vai te julgar por sentir medo.
Lúcio balançou levemente, como fazia quando pensava muito.
— Não é só medo… É que… eu não sei se sou importante o bastante para entrar ali. Eu sou apenas uma semente. Pequena, sem raízes, sem altura. Como posso merecer encontrar o Castanheiro da Fortuna?
Tília pousou sobre uma das listras douradas de Lúcio e olhou diretamente para ele.
— Você veio de longe. Passou por lugares perigosos. Enfrentou medos e dúvidas. E ainda assim, continuou. Isso já te torna especial, Lúcio. Você não precisa ser grande para ser corajoso. Coragem é seguir mesmo quando você tem medo.
Lúcio sentiu os olhos (bem, o que servia de olhos para uma semente) marejarem.
— Obrigado, Tília. Sem você, eu não estaria aqui.
Então, com um suspiro profundo, ele rolou até a frente do portão e, usando o vento suave que soprava, bateu levemente contra uma das raízes.
De repente, uma voz grave e antiga ecoou pelo ar:
— Quem és tu, viajante?
Lúcio engoliu em seco. Sua voz tremia, mas ele respondeu com coragem:
— Sou Lúcio. Um pequeno castanheiro que veio de longe. Procuro o Castanheiro da Fortuna.
A voz ficou em silêncio por alguns segundos, como se estivesse o examinando.
— Por que buscas o Castanheiro da Fortuna?
Lúcio sentiu suas listras douradas brilharem levemente. Ele pensou em tudo que havia vivido, nas lições aprendidas, nos amigos encontrados, nas dificuldades superadas.
— Não vim por sorte. Vim para aprender. Para descobrir quem eu sou. Para saber se posso fazer a diferença, mesmo sendo pequeno.
Foi então que o portão rangeu com um som profundo, como se tivesse esperado aquela resposta por séculos. As raízes começaram a se mover, abrindo caminho para dentro da clareira mágica.
— Então, tens o direito de entrar.
Lúcio olhou para Tília, emocionado.
— Vamos lá?
Ela sorriu.
— Estou com você até o fim.
Com o coração acelerado, Lúcio entrou.

Ao atravessar o Portão das Raízes, Lúcio e Tília entraram em um lugar que parecia saído de um conto de fadas. A clareira era iluminada por uma luz suave e dourada que vinha do alto, como se o próprio céu estivesse aberto apenas ali. Flores brilhantes cresciam entre as pedras lisas e musgosas, e o ar cheirava a terra molhada e esperança.
No centro da clareira, havia uma árvore majestosa. Suas folhas eram tão grandes quanto asas de pássaros e brilhavam como estrelas. Seus galhos balançavam levemente, mesmo sem vento, como se dançassem ao som de uma música invisível. Era ela: o Castanheiro da Fortuna.
Lúcio sentiu seu pequeno coração bater mais forte dentro de sua casca. Ele havia chegado. Depois de tanto tempo viajando, enfrentando medos e desafios, ele finalmente estava diante da árvore lendária.
Ele rolou até a base do tronco e olhou para cima, maravilhado.
— Eu consegui — sussurrou ele, quase sem acreditar.
Uma voz gentil, como o farfalhar das folhas no outono, ecoou pelo ar:
— Você chegou até aqui, pequeno viajante. Mas saiba: não há magia que faça você ser quem você não é. A verdadeira fortuna está em quem você se tornou.
Lúcio ouviu cada palavra com atenção. Ele sabia que aquela jornada mudara algo nele. Não era mais o mesmo castanheiro inseguro que sonhava em ser lembrado. Agora, ele sabia o valor da coragem, da amizade e da determinação.
Então, do alto da árvore, caíram três sementes. Uma brilhava como ouro, outra era azul como o céu e a última era verde como a esperança. Elas flutuaram no ar antes de pousar delicadamente sobre o chão mágico.
— Escolha uma — disse a árvore. — Cada uma delas tem um poder especial. Poderá te ajudar a crescer, te dar força ou te proteger para sempre.
Lúcio olhou para as sementes e depois para Tília, que observava tudo com os olhos brilhantes.
— Eu… eu não sei — disse ele, pensativo. — Parece tão importante escolher a certa.
Tília voou até ele e sussurrou:
— Só você sabe o que precisa, Lúcio. Escute seu coração.
Lúcio fechou os olhos (bem, tentou fechar) e pensou em tudo que havia vivido. Pensou nas dificuldades, nos momentos de dúvida, nas lições aprendidas. E então, abriu os olhos e respondeu:
— Obrigado pela oferta, Castanheiro da Fortuna… mas não vou escolher nenhuma.
O silêncio tomou conta da clareira por um momento. Até que a árvore voltou a falar:
— Por quê?
Lúcio sorriu.
— Porque já tenho tudo o que preciso. Tenho coragem, tenho amigos, tenho vontade de seguir em frente. Acho que essa foi a maior sorte que eu poderia ter.
A árvore ficou em silêncio por alguns instantes. Então, suas folhas começaram a brilhar ainda mais forte, como se aprovassem as palavras de Lúcio.
— Então, você já é uma fortuna — disse a árvore, com carinho. — Pois a maior riqueza não está no que você ganha, mas no que você se torna ao buscar seus sonhos.
As três sementes brilharam uma última vez e sumiram no ar, como estrelas cadentes.
Lúcio sentiu uma paz imensa dentro de si. Ele havia encontrado algo muito maior do que imaginara: tinha descoberto a si mesmo.
Naquela noite, ele decidiu voltar para casa. Com ajuda do vento e da amizade fiel de Tília, ele começou a jornada de volta. Dessa vez, porém, não era um castanheiro inseguro buscando algo lá fora. Era alguém que havia aprendido a importância de acreditar em si mesmo.
Quando Lúcio retornou à floresta onde tudo começara, todos vieram recebê-lo com festa. Os esquilos saltavam de alegria, os pássaros entoavam canções festivas e até o velho carvalho deixou escapar um sorriso de orgulho ao ver o pequeno castanheiro retornar. Com brilho nos olhos, Lúcio compartilhou cada detalhe de sua aventura: as paisagens que conheceu, os desafios que superou e, acima de tudo, as lições que guardava no coração. Ele revelou que a verdadeira magia não se escondia em sementes raras ou em árvores lendárias, mas na coragem de seguir os próprios sonhos e na fé de que, mesmo pequenos, somos capazes de realizar coisas grandiosas. Assim, Lúcio não apenas voltou para sua floresta — ele se transformou em uma lenda viva, lembrada não por conceder sorte, mas por mostrar a todos que a maior fortuna que alguém pode possuir é acreditar em si mesmo.
