O cachorrinho que dançava é a história infantil de Pipoca, um cão alegre que encanta a cidade com seus passos de dança e supera desafios para brilhar no Festival da Alegria.

Na pequena cidade  chamada Alegria, vivia um cachorrinho chamado Pipoca. Ele tinha três anos, pelo macio cor caramelo e manchas brancas nas patinhas, orelhas grandes que balançavam quando corria, e um rabinho que nunca parava de mexer.

Pipoca era diferente dos outros cachorros da rua: enquanto alguns gostavam de caçar bolinhas ou dormir ao sol, ele tinha um talento especial… ele adorava dançar! Desde filhote, bastava ouvir um assobio, o barulho de uma panela batendo ou até o canto de um passarinho, e lá ia ele: patinha pra cá, rabinho pra lá, rodopiando como se estivesse num palco.

Naquela manhã, o sol brilhava dourado, e Pipoca estava no quintal. Começou devagar, balançando uma orelha. Depois, mexeu a outra. Em seguida, deu um passinho para o lado e outro para trás. Quando viu, estava rodopiando no meio das flores, como se o quintal fosse o centro de um espetáculo.

A Dona Rosa, sua dona, espiava da varanda e ria tanto que até deixou o café esfriar.

— Pipoca, você nasceu pra dançar! — disse ela, batendo palmas no ritmo.

E ele, ouvindo o incentivo, balançou ainda mais rápido.

Certo dia, enquanto Pipoca ensaiava seus passos no quintal, um som diferente ecoou pela rua: tum-tum-tchá, tum-tum-tchá. Era a banda da cidade ensaiando para o Festival da Alegria, que aconteceria no sábado.

Pipoca ficou com as orelhas em pé e o coração acelerado. Correu até o portão e viu um cartaz colorido:
“Concurso de Talentos – traga seu dom e encante a cidade!”

Dona Rosa leu em voz alta e brincou:
— E se você participasse, Pipoca? Ia dançar para todo mundo ver!

Os olhos de Pipoca brilharam como duas bolinhas de vidro. Ele podia imaginar o palco, as luzes, a música… Mas também sentiu um frio na barriga. E se ninguém gostasse? E se ele errasse um passo?

Depois de pensar por um instante, Pipoca bateu as patinhas no chão e girou: estava decidido. Ele iria!

Os dias seguintes foram cheios de ensaio. Pipoca inventou passos novos:

  • Um giro com rabinho no alto;

  • Um salto com patinhas cruzadas;

  • Um rodopio final, terminando com um latido no ritmo da música.

No começo, tudo ia bem… até ele escorregar numa poça d’água e cair sentado no barro. Outra vez, errou o tempo e bateu a patinha na lata de lixo, fazendo um barulho enorme que espantou as galinhas da vizinha.

— Calma, Pipoca! — dizia Dona Rosa, limpando sua barriguinha suja. — Dançar é alegria, mas também precisa de paciência.

Mesmo assim, Pipoca não desistiu. Cada tropeço era motivo para treinar mais. Ele dançava no quintal, na cozinha, até na calçada, enquanto os vizinhos passavam e davam risada. Aos poucos, foi ficando cada vez melhor.

Finalmente chegou o sábado. A praça da cidade Alegria estava enfeitada com bandeirinhas coloridas, balões e um grande palco iluminado. A música ecoava no ar, e o cheiro de pipoca doce misturava-se com o de flores frescas.

Pipoca esperava atrás do palco, as patinhas tremendo. Viu outros participantes: uma menina tocando violino, um senhor fazendo malabarismo e até um papagaio que sabia falar rimas.

— Próximo: Pipoca, o cachorrinho dançarino! — anunciou o apresentador.

A música começou. Pipoca respirou fundo, mexeu a orelha e deu seu primeiro passo. A cada movimento, a plateia ria, aplaudia e batia palmas no ritmo. Ele girava, pulava, sacudia o rabinho e, no momento final, fez o salto com patinhas cruzadas e o latido no tempo certo.

A praça inteira vibrou.

Mas, bem no meio de um giro, algo inesperado aconteceu: o som parou. A caixa de som havia desligado! O silêncio tomou conta da praça.

Por um segundo, Pipoca congelou. Mas então, lá do alto de uma árvore, um passarinho começou a cantar. Era o amigo dele, o Bem-te-vi. Pipoca sorriu, bateu as patinhas e começou a dançar no ritmo do canto. Logo, o público entrou na brincadeira, batendo palmas e marcando o compasso.

Sem música oficial, Pipoca improvisou, dançando ainda melhor do que nos ensaios. E, quando terminou, recebeu uma chuva de aplausos, confetes e até flores jogadas no palco.

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Pipoca ganhou o troféu de talento mais alegre. Mas, para ele, o maior prêmio foi ver todas as pessoas sorrindo e dançando junto.

Desde aquele dia, sempre que alguém estava triste na cidade, bastava chamar Pipoca. Ele vinha correndo, mexendo a patinha, sacudindo o rabinho e espalhando alegria com seus passos.

E assim, o cachorrinho que dançava não parou mais. Porque, no fundo, ele sabia que a dança era mais do que um talento: era um jeito de tornar o mundo um lugar mais feliz.

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