A Festa da Tabuada é uma história infantil encantadora que mistura aventura, fantasia e aprendizado. Escrita especialmente para crianças entre 7 e 10 anos, ela mostra como os números podem se transformar em diversão. Com personagens cativantes e desafios mágicos, a história ajuda os pequenos a vencerem o medo da matemática e a descobrirem que a tabuada pode ser uma grande aliada.
Melissa tinha 9 anos e adorava brincar no quintal da sua casa. Ela passava horas inventando histórias com suas bonecas e desenhando flores em cadernos coloridos. No entanto, havia uma coisa que não gostava nem um pouco: matemática. Sempre que a professora falava em tabuada, seu estômago parecia se encolher.
Enquanto seus amigos respondiam rapidamente às contas, Melissa demorava, ficava nervosa e às vezes até esquecia o que já sabia. Em casa, sua mãe dizia que a tabuada era como uma chave mágica que abria portas para o futuro. Melissa até acreditava nisso, mas não sabia como segurar essa chave sem que ela escorregasse das suas mãos.
Certo dia, depois da escola, Melissa sentou-se na varanda com os livros abertos sobre a mesa. O sol iluminava o papel, mas nenhuma resposta aparecia como num passe de mágica. Foi quando ela murmurou:
— Se ao menos houvesse um jeito divertido de aprender isso…
Ela não sabia, mas seu desejo estava prestes a ser atendido.

Naquela noite, Melissa deixou os cadernos de lado e foi dormir mais cedo. Sonhou que caminhava por um corredor iluminado por lanternas coloridas. Ao final, havia um arco enfeitado com balões em forma de números: 2, 5, 7, 9… Todos flutuando e piscando como se fossem mágicos.
De repente, uma menina com vestido azul apareceu diante dela. Era Mariana, colega de classe. No sonho, porém, ela segurava uma bandeja de doces em formato de multiplicações: brigadeiros “2×2”, cupcakes “3×4”, pirulitos “5×6”.
— Bem-vinda, Melissa! — disse Mariana sorrindo. — Você foi convidada para a Festa da Tabuada!
Melissa arregalou os olhos. Festa? Tabuada? Como duas coisas tão diferentes podiam estar juntas?
Antes que pudesse perguntar, Mariana entregou-lhe um convite dourado. No papel brilhante estava escrito:
“Somente quem vencer os desafios poderá se deliciar com os segredos da festa.”
Melissa sentiu o coração acelerar. O que será que aconteceria se ela aceitasse?

No instante seguinte, Melissa foi puxada para dentro da festa. O lugar era um salão enorme, com mesas repletas de comidas brilhantes e um palco iluminado. Porém, para chegar até lá, havia pontes feitas de operações matemáticas.
Na primeira ponte, os degraus eram números. Cada vez que Melissa pisava em um, precisava responder uma multiplicação para o número acender e firmar-se. No começo, ela errou e quase caiu, mas Mariana correu e segurou sua mão.
— Não desista! — disse a amiga. — É só pensar: tabuada é repetição, como bater palmas no ritmo da música.
Melissa respirou fundo e tentou de novo.
“2×3… seis!”, disse, e o degrau brilhou dourado.
“4×4… dezesseis!”, e outro se iluminou.
Assim, passo a passo, ela foi atravessando. Mas ainda havia muito mais pela frente: charadas escondidas em doces, labirintos de contas e portas que só se abriam quando a resposta estava correta.

Quando finalmente atravessou todos os desafios, Melissa encontrou um grande portão de cristal. No centro havia um enigma:
“Para entrar na festa verdadeira, deve responder:
7 x 8 = ?”
Melissa ficou paralisada. Era justamente a tabuada que ela mais esquecia. Suas mãos suaram, e o coração parecia uma bateria dentro do peito.
Ela pensou em desistir, mas Mariana colocou a mão em seu ombro e disse com calma:
— Lembre-se, você não precisa ter medo. Feche os olhos, imagine sete fileiras de oito flores. Conte uma por uma, se for preciso.
Melissa respirou fundo e começou a imaginar:
“Sete vezes oito… cinquenta… cinquenta e seis!”
A palavra saiu como um grito de vitória. O portão se abriu em um clarão mágico, revelando a verdadeira Festa da Tabuada.

Dentro do salão, Melissa viu mesas enormes cobertas de comidas deliciosas, mas percebeu algo ainda mais impressionante: crianças de várias idades dançavam em uma pista iluminada, onde cada passo fazia aparecer resultados de multiplicações.
No palco, um menino chamado Daniel pegou o microfone e anunciou:
— Bem-vindos à Festa da Tabuada! Aqui, quem dança e aprende multiplica alegria!
Melissa foi convidada a subir no palco. Ao seu redor, os números começaram a girar no ar, transformando-se em fogos de artifício. Para acompanhar a dança, ela precisava responder rápido às multiplicações que apareciam como estrelas flutuantes.
“3×9… vinte e sete!”
“6×6… trinta e seis!”
“8×5… quarenta!”
Cada resposta fazia as luzes brilharem ainda mais. Quando a última estrela mostrou “9×9”, Melissa, já sem medo, respondeu com firmeza:
“81!”
O salão inteiro explodiu em aplausos e confetes mágicos.

Quando a música terminou, Mariana abraçou Melissa.
— Viu como você conseguiu? A tabuada não é um monstro, é só uma dança de números!
Melissa sorriu, sentindo-se mais leve. Agora entendia que não precisava decorar tudo de uma vez. Podia aprender aos poucos, praticando e transformando em algo divertido.
Na manhã seguinte, quando acordou, ainda lembrava do brilho da festa. Pegou seu caderno, abriu na tabuada do sete e começou a escrever com calma. Dessa vez, não se sentia assustada. Cada resultado parecia uma lembrança da dança, dos fogos de artifício e dos amigos que acreditaram nela.
E, a partir daquele dia, Melissa descobriu que a matemática podia ser sua aliada. Afinal, quando a gente aprende com alegria, todo desafio vira uma festa.
