Cecília, uma menina de oito anos, adorava livros, mas sempre achava que as letras eram um pouco… sérias demais. Sua irmã Eduarda, de seis anos, preferia desenhar e brincar no quintal. Já Bento e Igor, seus vizinhos e melhores amigos, viviam inventando jogos e correndo pelo bairro.

Era uma tarde ensolarada, quando Cecília encontrou um envelope colorido na porta de casa. Na capa, havia um desenho de um elefante usando óculos e uma frase curiosa:
“Convite especial para a aventura do ABC dos Animais – entrada exclusiva para crianças curiosas!”
— O que será isso? — perguntou Eduarda, arregalando os olhos.
Dentro do envelope, havia um mapa com letras gigantes que formavam uma trilha. Cada letra estava acompanhada do desenho de um animal. A de “A” tinha uma abelha sorridente, a de “B” um bicho-preguiça pendurado num galho, a de “C” um cavalo correndo livre.
— Parece um jogo! — disse Igor, animado. — Vamos seguir o mapa.
— E se for perigoso? — perguntou Bento, meio desconfiado.
— Animais fofos? Letras mágicas? — respondeu Cecília com um sorriso. — É claro que não é perigoso!
Sem pensar muito, eles encheram suas mochilas com água, alguns biscoitos e uma lupa “de explorador” que Bento sempre carregava. Quando deram o primeiro passo no quintal, o chão brilhou e… PUF! Eles não estavam mais em casa.
Ao redor, havia árvores com letras gigantes penduradas como frutas e, ao longe, ouviam-se sons de zum-zum, rugidos, miados e até gargalhadas. Estavam na Floresta das Letras Mágicas.

A primeira letra do mapa era o “A”. Seguindo a trilha, encontraram um campo repleto de flores coloridas. No meio, uma abelha enorme, do tamanho de um gato, voava de flor em flor. Ela usava um chapéu de palha e um avental cheio de pólen.
— Bem-vindos! — disse a abelha com voz doce. — Eu sou Abelhilda, guardiã da letra A. Para seguir viagem, vocês precisam cantar minha canção do zum-zum.
Eduarda bateu palmas no ritmo que a abelha ensinou: “A de Abelha, zum-zum-zum-zum-zum!” Bento e Igor acompanharam com passos de dança. Ao terminarem, uma grande pedra dourada com a letra “A” brilhou no chão, e um caminho se abriu para a próxima letra.
— Isso é incrível! — exclamou Cecília. — Cada letra é um animal e um desafio!


A letra “B” os levou até uma árvore enorme, onde um bicho-preguiça cochilava. Seu nome era Bernardo, e ele pediu para os amigos subirem até ele… mas bem devagar. Igor tentou correr, mas Bernardo bocejou e disse:
— Não, não… letra B é de bicho-preguiça, e aqui tudo é no tempo da natureza.


Eles aprenderam a se mover lentamente, observando as folhas, sentindo o vento e até escutando o bater de asas de passarinhos. Quando terminaram a travessia no topo da árvore, a letra “B” brilhou e os guiou ao “C”.
O “C” era um cavalo elegante chamado Célio, que corria como o vento. Para ganhar sua letra, precisaram montar nele e saltar três obstáculos feitos de arbustos e troncos. Eduarda riu tanto que quase caiu, mas Célio a segurou com a cauda.
— Próxima letra! — disse Cecília, empolgada. — Vamos completar o ABC!

A trilha seguinte levava ao “D”, onde um dinossauro verde chamado Dino rugia alegremente. Ele não assustava; na verdade, queria brincar de imitar sons.
— D de Dinossauro! Quem fizer o rugido mais engraçado, ganha a letra! — disse ele.
Igor venceu com um rugido tão esquisito que até o dinossauro caiu na grama de tanto rir.


Depois veio o “E”, com um elefante azul chamado Elói. Ele balançava sua tromba como se estivesse tocando trompete. Pediu que os amigos fizessem um desfile, marchando ao som de sua música.


O “F” estava no mar. Uma foca chamada Filó rolava na água e pediu que todos rolassem na areia antes de mergulhar. Bento, que não gostava muito de se molhar, hesitou, mas acabou rindo quando todos caíram juntos na água.
O “G” apareceu como um gato listrado que miava sem parar até ganhar carinho. O “H” era um hipopótamo que dançava batendo o pé no chão, fazendo tudo tremer.
Cada nova letra era uma nova risada, mas Cecília começou a perceber que o mapa tinha um detalhe curioso: as últimas letras estavam escondidas atrás de uma sombra escura no papel.

Quando chegaram ao “J”, o jacaré Jorge apareceu, mas parecia preocupado.
— Cuidado, crianças. Depois da letra L, vocês entrarão na parte da floresta onde o Guardião das Letras Perdidas vive. Ele não gosta de visitantes.
A “L” foi um leão chamado Leôncio, com juba dourada e rugido elegante. Ele os avisou que, para completar o ABC, precisariam enfrentar o guardião.
Bento sugeriu voltar.
— E se ele for perigoso? — perguntou.
Mas Cecília sabia que não haviam chegado até ali para desistir.
— Letras são para todos. Animais também. Não vamos deixar que alguém esconda isso do mundo.
Os quatro amigos se olharam e concordaram. Decidiram seguir em frente, mesmo sem saber o que os aguardava.

A trilha ficou mais escura. As árvores formavam um túnel de galhos. No fim, havia uma caverna iluminada por letras flutuantes. Lá, um corvo preto com olhos brilhantes os esperava.
— Eu sou o Guardião das Letras Perdidas — disse ele com voz grave. — Só podem levar as últimas letras se provarem que sabem cuidar delas.
— Como fazemos isso? — perguntou Eduarda.
— Criem um verso para cada letra que falta. E tem que ser divertido! — respondeu o corvo.
As crianças começaram:
— M de macaco, pulando sem parar!
— N de narval, no oceano a nadar!
— O de ovelha, pulando na colina!
— P de pinguim, dançando na cozinha!
A cada verso, uma letra brilhava e voava para o mapa. No final, todas as letras estavam completas.
O corvo abriu um sorriso e disse:
— Agora, o ABC dos Animais é de vocês. Levem-no para o mundo.

Com o mapa completo, a floresta começou a brilhar. Animais de todas as letras se reuniram para cantar e dançar a música mágica:
“Vamos cantar, vamos dançar, o ABC dos animais vai te encantar!”
De repente, os quatro amigos estavam de volta ao quintal, com o mapa na mão.
— Foi real? — perguntou Bento.
— Claro que foi! — respondeu Cecília. — E agora, sempre que quisermos, podemos ensinar o ABC dos Animais para qualquer criança.
A aventura ensinou que aprender pode ser mágico, divertido e cheio de amizade. Letras e animais não são apenas coisas para estudar — são pontes para histórias e sorrisos.

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