Laura descobre um supermercado encantado cheio de magia e aventuras! Uma história infantil sobre coragem, família e descobertas no mundo mágico das compras.

Faixa Etária Ideal: 5 a 8 anos

Laura, uma menininha de seis anos, possuía cabelos cacheados cor de cacau e olhos inquietos que reluziam a cada novidade. Encantava-se em acompanhar a mãe nas compras mensais no supermercado, pois cada corredor representava um universo aguardando descoberta.

Naquela manhã de sábado radiante, Laura saltitava de entusiasmo, caminhando de mãos dadas com a mãe. Usava seu vestido predileto, amarelo com minúsculas flores estampadas, enquanto seus sapatinhos vermelhos produziam barulhinhos alegres no piso do estabelecimento.

“Deixo eu guiar o carrinho hoje, mamãe?” indagou Laura, erguendo o rosto com seu sorriso mais cativante.

Sua mãe riu suavemente. “Claro, querida, porém com cuidado para não bater em nada.”

Laura ficou muito feliz. Para ela, empurrar o carrinho de compras era como pilotar uma nave espacial em uma missão importante. Ela imaginava que cada item que colocavam no carrinho era um suprimento essencial para sua jornada.

O supermercado era um lugar fascinante. As prateleiras altas pareciam prédios gigantes, e as luzes fluorescentes do teto eram como estrelas em uma galáxia distante. Laura adorava observar as cores vibrantes das frutas e legumes na seção de produtos frescos. As maçãs vermelhas brilhavam como rubis, as bananas amarelas pareciam sorrisos e as laranjas redondas eram como pequenos sóis.

Enquanto seguiam pelo corredor de cereais, Laura começou a cantarolar uma musiquinha que inventara na hora. Sua mãe sorria, acostumada com a imaginação fértil da filha. Laura tinha um dom especial para transformar as atividades mais comuns em aventuras extraordinárias.

“Olha, mamãe! Aquele cereal tem um brinquedo dentro!” exclamou Laura, apontando para uma caixa colorida.

“Sim, entretanto hoje não vamos comprar esse, lembra-se que combinamos só comprar o que está na nossa lista?” disse a mãe, gentilmente.

Laura fez uma careta todavia rapidamente se recuperou. Ela sabia que seguir a lista era importante, porém não podia deixar de se maravilhar com todas as coisas interessantes ao seu redor.

Eles continuaram sua jornada pelos corredores, coletando itens necessários como aventureiros em busca de tesouros. Laura ajudava a identificar os produtos, lendo os rótulos com as letras que já conhecia. Ela se sentia muito crescida e útil.

O supermercado estava movimentado naquele dia. Famílias com crianças, idosos com seus carrinhos cheios, funcionários repondo as prateleiras. Era um verdadeiro formigueiro de atividade, e Laura observava tudo com grande interesse.

Quando chegaram à seção de laticínios, Laura começou a sentir um pouco de cansaço. A caminhada estava sendo longa, e seus pés pequenos já doíam um pouco. Contudo, ela não queria reclamar, pois estava se divertindo muito.

“Está tudo bem, Laura?” perguntou a mãe, notando que a filha estava mais quieta.

“Estou sim, mamãe. Só estou pensando em qual sorvete vamos escolher hoje,” respondeu Laura, já se animando novamente com a perspectiva de chegar à seção de congelados.

A mãe de Laura sorriu. “Vamos logo chegar lá, querida. Primeiro precisamos pegar o leite e o queijo.”

Laura assentiu e continuou empurrando o carrinho com renovado entusiasmo. Ela mal podia imaginar a aventura que estava prestes a começar quando viras o próximo corredor…

Ao dobrar a esquina para o corredor dos laticínios, Laura surpreendeu-se com o cenário à sua frente. Um dos atendentes do estabelecimento, um senhor de bigode nevado e uniforme azul, dialogava animadamente com sua mãe. Paralelamente, um carrinho de compras que permanecia imóvel começou a rolar suavemente pela rampa inclinada do corredor.

“Laura, querida, você poderia segurar nosso carrinho por um instante? Preciso falar com o Sr. José sobre um produto que está em falta,” disse a mãe, virando-se para o funcionário.

Laura assentiu, pegando firmemente o cabo do carrinho. Ela se sentiu importante com essa responsabilidade. Porém, quando sua mãe se afastou alguns passos, algo chamou sua atenção no final do corredor. Era um display colorido com o novo biscoito que ela tanto queria experimentar. O display tinha formato de castelo, com bandeirinhas coloridas e um pequeno dragão de plástico no topo.

Com os olhos brilhando, Laura começou a caminhar lentamente na direção do display, ainda segurando o carrinho. Ela queria apenas dar uma olhada mais de perto. Entretanto, quando estava a poucos metros do castelo de biscoitos, ouviu um barulho estranho.

Olhando para trás, Laura viu que o carrinho que estava parado havia batido em uma pilha de caixas de leite, derrubando várias delas no chão. O leite começou a espalhar-se pelo chão, formando um rio branco.

“Ops!” disse Laura, colocando a mão na boca.

Ela olhou em pânico para sua mãe, que ainda estava de costas, conversando com o funcionário. Sabia que deveria avisar sobre o acidente, porém temia ser repreendida. Nesse momento de indecisão, algo mágico aconteceu.

Uma das caixas de leite que caiu abriu-se, e em vez de líquido branco, saiu uma fumaça prateada que formou uma figura pequena e brilhante. Era uma fada do leite, com asas transparentes e um vestido que parecia feito de gotas do líquido.

“Laura,” disse a fada com uma voz suave como o murmúrio de um riacho. “Você causou um desastre no Reino Lácteo. Para consertar isso, precisa embarcar em uma missão especial.”

Laura arregalou os olhos, sem conseguir acreditar no que via. “Uma fada? Do leite?”

“Sim, e o tempo está correndo,” disse a fada, apontando para o rio de leite que continuava a se espalhar pelo chão. “Se você não conseguir encontrar os três ingredientes mágicos até que sua mãe termine sua conversa, todo o supermercado se transformará em um oceano de leite!”

Laura olhou novamente para sua mãe, que ainda parecia imersa na conversa. Ela sabia que não tinha muito tempo.

“Quais ingredientes? Como vou encontrá-los?” perguntou Laura, já sentindo o peso da responsabilidade em seus ombros pequenos.

“A primeira pista está no Castelo dos Biscoitos,” disse a fada, apontando para o display que havia chamado a atenção de Laura. “Mas cuidado com o Dragão da Gula que guarda o castelo. Ele adora devorar desavisados aventureiros.”

Laura engoliu seco. Ela nunca havia enfrentado um dragão antes, mesmo que fosse um dragão de biscoito. Contudo, sabia que não tinha escolha. O destino do supermercado estava em suas mãos.

“Estou pronta,” disse Laura, tentando soar mais corajosa do que se sentia.

“Boa sorte, pequena heroína,” disse a fada, antes de desaparecer em um novo tufo de fumaça prateada.

Laura respirou fundo e olhou para o castelo de biscoitos. O que antes era apenas um display agora parecia uma fortaleza imponente. Ela sabia que sua vida normal de compras com a mãe teria que esperar. Agora, ela tinha uma missão a cumprir.

Com determinação, Laura começou a caminhar em direção ao castelo, ignorando o rio de leite que continuava a crescer atrás dela. Ela mal podia imaginar os desafios que enfrentaria nos corredores mágicos do supermercado, mas uma coisa era certa: sua vida nunca mais seria a mesma após aquela visita às compras.

Laura aproximou-se do Castelo dos Biscoitos com o coração batendo forte. O display, que antes parecia inofensivo, agora se erguia imponente diante dela, com suas torres de caixas de biscoito e o pequeno dragão de plástico no topo, que agora parecia vivo e ameaçador.

“Quem ousa se aproximar do meu castelo?” rosnou uma voz gutural.

Laura olhou para cima e viu que o dragão havia se movido. Seus olhos de plástico agora brilhavam com uma luz vermelha, e suas asas pareciam reais.

“Eu… eu sou Laura,” disse a menina, tentando manter a voz firme. “Preciso encontrar o primeiro ingrediente mágico para salvar o supermercado.”

O dragão soltou uma risada que fez as caixas de biscoito tremer. “Para obter o que busca, deve responder ao meu enigma. Se falhar, tornar-se-á mais um biscoito na minha coleção!”

Laura engoliu seco, mas assentiu. “Estou pronta.”

“O que tem chaves mas não abre fechaduras, tem espaço mas não tem quarto, e você pode entrar, mas não pode sair?” perguntou o dragão, esfregando as patas uma na outra.

Laura pensou por um momento. Ela já havia ouvido esse enigma antes. Em seu quarto, seu pai gostava de fazer adivinhas antes de dormir.

“É um teclado!” exclamou Laura, triunfante.

O dragão franziu a testa, claramente desapontado. “Correto. Muito bem, pequena humana. O primeiro ingrediente é uma Essência de Açúcar Canarinho.” Ele estendeu uma garra e entregou a Laura um pequeno frasco com um líquido dourado que brilhava. “Use com sabedoria.”

Laura pegou o frasco com cuidado e agradeceu. “Obrigada! Agora preciso encontrar os outros dois ingredientes.”

“O próximo está no Vale dos Vegetais,” disse o dragão, apontando com o focinho para a seção de produtos frescos. “Mas cuidado com o Guardião das Verduras. Ele não gosta de visitantes.”

Laura agradeceu novamente e correu em direção à seção de frutas e legumes. O rio de leite continuava a se espalhar, e ela sabia que o tempo estava se esgotando.

Ao chegar ao Vale dos Vegetais, Laura se deparou com uma cena surpreendente. As cenouras dançavam, os brócolis cantavam, e os tomates rolavam pelo chão em uma coreografia organizada. No centro de tudo estava um homem alto e magro, com pele verde e um chapéu feito de folhas de alface. Ele segurava um cajado de cenoura e parecia estar dirigindo a orquestra de vegetais.

“Quem interrompe a Sinfonia da Salada?” perguntou o homem, virando-se para Laura com um olhar severo.

“Desculpe,” disse Laura, curvando-se educadamente. “Sou Laura, e preciso encontrar o segundo ingrediente mágico para salvar o supermercado.”

O Guardião das Verduras franziu a testa. “Por que eu ajudaria uma humana? Seu povo não aprecia a verdadeira beleza dos vegetais. Vocês os cozinham até que percam toda a vida e cor!”

Laura pensou rapidamente. Ela sabia que precisava convencer o guardião de que ela era diferente. “Eu adoro vegetais! Minha mãe sempre me diz que eles me dão força para crescer saudável. E eu gosto deles crus também, especialmente cenouras e pepinos!”

O Guardião das Verduras pareceu considerar isso. “Hmm… Talvez você não seja como as outras crianças. Porém, para provar seu valor, deve participar da nossa sinfonia.”

Laura olhou para os vegetais dançantes e sentiu um calafrio. Ela não sabia dançar como eles. Todavia, sabia que não tinha escolha.

“O que eu preciso fazer?” perguntou Laura.

“Ouve a música dos vegetais e dança com eles,” disse o guardião, batendo seu cajado no chão.

Laura fechou os olhos e tentou se concentrar. No início, só ouvia o barulho normal do supermercado. Entretanto, aos poucos, começou a distinguir uma melodia suave vindo dos vegetais. Era como se cada um tivesse seu próprio instrumento: as cenouras faziam um som de violino, os brócolis de trompete, e os tomates de bateria.

Com a música em mente, Laura começou a se mover. Ela não era uma grande dançarina, mas tentou imitar os movimentos dos vegetais, rodopiando como as folhas de alface e pulando como os milhos.

O Guardião das Verduras observava com interesse. Para sua surpresa, a menina estava conseguindo acompanhar a música dos vegetais. Seus movimentos eram desajeitados, porém cheios de entusiasmo.

“Não está mal,” disse o guardião após alguns minutos. “Muito bem, você provou seu valor. O segundo ingrediente é um Orvalho de Alface Romana.” Ele entregou a Laura um pequeno frasco com um líquido verde translúcido.

Laura pegou o frasco com alívio. “Obrigada! Agora só falta mais um ingrediente.”

“O último está na Montanha dos Congelados,” disse o guardião, apontando para a seção de alimentos congelados. “Mas cuidado com a Neve que Nunca Derrete e o Yeti do Sorvete.”

Laura agradeceu e correu em direção à seção de congelados. O rio de leite já estava alcançando os corredores próximos, e ela sabia que sua mãe poderia terminar a conversa a qualquer momento.

Ao chegar à Montanha dos Congelados, Laura sentiu um frio intenso. As portas dos freezers estavam abertas, e uma neve verdadeira caía de dentro deles, acumulando-se no chão. No centro da seção estava uma figura grande e peluda, com um chapéu de sorvete de morango na cabeça.

“Quem se atreve a entrar no meu reino gelado?” rugiu o Yeti do Sorvete.

Laura tremia de frio, mas tentou parecer corajosa. “Sou Laura, e preciso encontrar o último ingrediente mágico para salvar o supermercado.”

O Yeti riu, um som profundo que fez as prateleiras tremer. “Para obter o que busca, deve superar meu desafio. Deve atravessar o Vale dos Sorvetes Derretendo sem ser pega pela onda de chocolate.”

Laura olhou para o corredor à sua frente. Era um rio de sorvete derretido, com ondas de chocolate, morango e baunilha. Parecia impossível atravessar sem ser coberta pela calda quente.

“Como vou fazer isso?” perguntou Laura, preocupada.

“Use sua inteligência, não sua força,” disse o Yeti, com um sorriso desafiador.

Laura pensou por um momento. Ela precisava de algo para protegê-la do sorvete derretido. Olhando ao redor, viu algumas caixas de papelão vazias. Uma ideia surgiu em sua mente.

Rapidamente, Laura pegou uma caixa grande e a transformou em um tipo de barco. Usando tampas de potes de sorvete como remos, ela começou a navegar pelo rio de sorvete derretido.

O Yeti observava com surpresa. A menina era mais esperta do que parecia. Laura remava com cuidado, evitando as ondas de chocolate e desviando dos redemoinhos de caramelo.

Finalmente, após vários minutos de navegação tensa, Laura alcançou o outro lado do corredor. Lá, sobre um pedestal de gelo, estava o último ingrediente: um Cristal de Baunilha Congelada.

“Consegui!” exclamou Laura, pegando o cristal com cuidado.

O Yeti aplaudiu lentamente. “Impressionante, pequena humana. Você provou ser digna do último ingrediente. Agora vá, salve seu supermercado antes que seja tarde demais.”

Laura agradeceu e correu de volta para onde sua mãe estava, com os três ingredientes mágicos seguros em suas mãos. Ela estava pronta para o desafio final.

Laura correu de volta para o corredor de laticínios, onde sua mãe ainda conversava com o Sr. José. O rio de leite havia se espalhado consideravelmente, e agora cobria parte do corredor de cereais. Laura sabia que não tinha muito tempo.

Quando estava prestes a chegar, a fada do leite apareceu novamente em um tufo de fumaça prateada.

“Você conseguiu os ingredientes?” perguntou a fada, com esperança em sua voz.

Laura mostrou os três frascos que carregava. “Sim! Tenho a Essência de Açúcar Canarinho, o Orvalho de Alface Romana e o Cristal de Baunilha Congelada.”

“Excelente!” disse a fada. “Agora, você precisa misturá-los na Fonte Mágica, que fica no centro do supermercado.”

Laura olhou na direção indicada pela fada. No centro do estabelecimento havia uma fonte decorativa, onde normalmente moedas eram jogadas para dar sorte. Agora, porém, a fonte estava quase completamente coberta pelo leite que se espalhava rapidamente.

“Mas como vou chegar lá?” perguntou Laura, preocupada. “O leite está subindo rápido!”

“Você terá que ser rápida e corajosa,” disse a fada. “E terá que tomar uma decisão importante.”

Laura franziu a testa. “Que decisão?”

“Para salvar o supermercado, você precisará usar a magia dos ingredientes. Porém, uma vez usada, essa magia não poderá ser desfeita. Seu mundo normal nunca mais será o mesmo. Você terá que escolher entre voltar para sua vida comum ou se tornar a guardiã permanente do Reino Mágico do Supermercado.”

Laura ficou sem palavras. Nunca lhe ocorrera que enfrentaria dilema tão complexo. De um lado, seu coração se prendia ao cotidiano: os amigos da escola, os pais acolhedores, as lições da professora e o carinho materno.

Por outro lado, a ideia de ser uma guardiã mágica, com aventuras e poderes, era extremamente tentadora.

“Eu… eu não sei,” disse Laura, confusa. “Preciso pensar.”

“Não há tempo para pensar,” disse a fada, urgentemente. “O leite está quase alcançando a seção de eletrodomésticos. Se isso acontecer, todo o supermercado se transformará permanentemente em um oceano de leite.”

Laura olhou para sua mãe, que ainda estava de costas, profundamente imersa na conversa com o funcionário. Ela sabia que sua mãe acreditava que ela estava apenas brincando, esperando pacientemente. Se Laura se tornasse a guardiã do supermercado, teria que se despedir de sua mãe, talvez para sempre.

Com o coração pesado, Laura tomou sua decisão. Ela não podia abandonar sua família, todavia também não podia deixar que o supermercado fosse destruído.

“Vou salvar o supermercado,” disse Laura com determinação. “Mas depois, volto para minha vida normal.”

A fada pareceu surpresa. “Você está certa? Uma vez que a magia for usada, você sempre será capaz de ver o mundo mágico por trás do supermercado. Sua vida nunca mais será completamente normal.”

Laura assentiu, firme. “Sei. Mas minha família é mais importante para mim do que qualquer aventura mágica.”

A fada sorriu, orgulhosa. “Você é uma menina muito sábia, Laura. Vamos, precisamos apressar-nos.”

Laura correu em direção à fonte, com os três ingredientes seguros em suas mãos. O leite já estava atingindo seus tornozelos, tornando difícil caminhar. Ela sabia que este era o momento mais crítico de sua missão.

Ao chegar à fonte, Laura viu que o leite já estava quase transbordando. Ela precisava agir rápido.

“O que eu faço agora?” perguntou Laura, olhando para a fada.

“Jogue os ingredientes na fonte, um de cada vez,” instruiu a fada. “Primeiro a Essência de Açúcar Canarinho, depois o Orvalho de Alface Romana e, por fim, o Cristal de Baunilha Congelada.”

Laura respirou fundo e abriu o primeiro frasco. Com cuidado, ela derramou o líquido dourado na fonte. Imediatamente, a água começou a brilhar com uma luz dourada.

“Ótimo!” disse a fada. “Agora o Orvalho de Alface Romana.”

Laura destampou o segundo recipiente e verteu a essência esmeralda na fonte. O líquido transformou-se instantaneamente, adquirindo o brilho profundo de uma pedra preciosa.

“Perfeito! Agora, o último ingrediente,” disse a fada, com voz tensa.

Laura abriu o último frasco e pegou o Cristal de Baunilha Congelada. Entretanto, quando estava prestes a jogá-lo na fonte, uma onda de leite atingiu suas costas, fazendo-a tropeçar. O cristal escapou de sua mão e rolou pelo chão, em direção ao rio de leite que se espalhava.

“Não!” gritou Laura, tentando alcançar o cristal.

Porém, era tarde demais. O cristal caiu no rio de leite e começou a derreter. Laura olhou em pânico para a fada.

“O que eu faço agora?” perguntou Laura, com lágrimas nos olhos. “Eu perdi o último ingrediente!”

A fada parecia preocupada. “Sem o Cristal de Baunilha Congelada, a magia não funcionará completamente. O supermercado ainda será salvo, porém parte da magia permanecerá para sempre.”

Laura olhou para o cristal derretendo no leite e depois para sua mãe, que finalmente estava terminando sua conversa. Ela sabia que tinha apenas mais alguns segundos antes que sua mãe a visse.

“Não importa,” disse Laura, decidida. “Vou tentar mesmo assim.”

Laura retornou em disparada até a fonte e mergulhou as palmas na água cintilante, na tentativa de captar o máximo de energia mágica. Consciente do perigo, contudo disposta a arriscar tudo para preservar o supermercado. Ao retirar as mãos do líquido, elas irradiavam um fulgor sobrenatural. A menina então correu até o rio de leite e mergulhou as palmas na alva corrente.

“Que a magia do supermercado volte ao seu lugar!” gritou Laura, com toda a força de sua voz.

O que aconteceu a seguir ninguém poderia prever…

Quando Laura mergulhou suas mãos brilhantes no rio de leite, uma onda de energia mágica espalhou-se por todo o supermercado. As luzes piscaram, os produtos nas prateleiras tremeram, e o leite que se espalhava pelo chão começou a recuar lentamente.

Contudo, algo estava errado. Sem o Cristal de Baunilha Congelada, a magia não estava funcionando como deveria. Em vez de voltar para as caixas e garrafas, o leite estava se transformando em criaturas mágicas.

Primeiro, surgiram os Gatos de Leite, pequenos felinos feitos de líquido branco que corriam pelos corredores, derrubando produtos das prateleiras. Em seguida, surgiram as Ondas de Iogurte, que flutuavam em cadência silenciosa, fazendo os clientes deslizarem pelo chão.
“Laura, que visão é essa?” indagou a fada, voz trêmula de apreensão.
“Não compreendo!” retrucou Laura, aterrorizada. “A energia está descontrolada!”
Naquele instante, a mãe de Laura concluiu sua conversa e voltou-se à procura da filha. Seus olhos se arregalaram como pratos ao contemplar o rio de leite e as figuras etéreas que bailavam entre as prateleiras.
“Laura! Que mundo é este?” exclamou a mãe, correndo em direção à menina.

Laura sentiu um calafrio. Sua mãe nunca deveria ter visto o mundo mágico. Agora, tudo estava descontrolado.

“Desculpe, mamãe,” disse Laura, com lágrimas nos olhos. “Eu tentei consertar, mas algo deu errado.”

A mãe de Laura olhou para as criaturas mágicas com uma mistura de medo e fascinação. “Criaturas de leite? Como isso é possível?”

“Foi um acidente,” explicou Laura rapidamente. “Eu derrubei algumas caixas de leite, e a fada do leite apareceu e me deu uma missão…”

“A fada do leite?” repetiu a mãe, confusa.

Nesse momento, o Sr. José, o funcionário com quem ela estava conversando, aproximou-se. “O que está acontecendo aqui? Por que há leite por toda parte?”

Laura olhou desesperadamente para a fada, que parecia tão confusa quanto ela. Elas precisavam de um plano, e rápido.

“O que fazemos agora?” sussurrou Laura para a fada.

“A única maneira de consertar isso é encontrar o Cristal de Baunilha Congelada,” disse a fada. “Mas ele derreteu no rio de leite.”

Laura pensou rapidamente. Se o cristal havia derretido no leite, talvez ainda houvesse uma maneira de recuperá-lo. Ela precisava encontrar uma maneira de separar o cristal do leite.

“Eu tenho uma ideia,” disse Laura, de repente. “Se eu conseguir congelar o leite novamente, talvez eu possa extrair o cristal.”

“Mas como você vai fazer isso?” perguntou a fada. “Não há freezer grande o suficiente para congelar todo esse leite.”

Laura olhou ao redor, procurando algo que pudesse ajudá-la. Seus olhos pararam na seção de produtos de limpeza, onde havia uma grande quantidade de sal.

“O sal!” exclamou Laura. “Sei que o sal faz o gelo derreter, mas talvez funcione ao contrário também!”

A fada parecia cética. “Não tenho certeza se isso vai funcionar, Laura.”

“É a única chance que temos,” disse Laura, determinada. “Preciso tentar.”

Correndo para a seção de produtos de limpeza, Laura pegou vários sacos de sal. Então, ela correu de volta para o rio de leite e começou a espalhar o sal sobre o líquido branco.

Para sua surpresa, o leite começou a solidificar-se, transformando-se em uma espécie de sorvete. As criaturas mágicas pararam de dançar e olharam para Laura com curiosidade.

“Está funcionando!” gritou Laura, continuando a espalhar o sal.

Quando todo o leite havia se transformado em sorvete, Laura começou a procurar pelo Cristal de Baunilha Congelada. Ele estava lá, no meio do sorvete, brilhando com uma luz suave.

Com cuidado, Laura pegou o cristal e correu de volta para a fonte. Então, ela mergulhou o cristal na água brilhante.

Desta vez, a magia funcionou perfeitamente. Uma onda de energia varreu o supermercado, e todas as criaturas mágicas desapareceram. O sorvete reverteu-se ao estado líquido, fluindo de volta para as embalagens nas prateleiras.
Num piscar de olhos, o estabelecimento recuperou sua aparência habitual, sem vestígios do caos anterior.

A única prova da aventura era o Cristal de Baunilha Congelada, que Laura guardou cuidadosamente no bolso.

“Laura, o que acabou de acontecer?” perguntou a mãe, ainda confusa.

Laura respirou fundo. Era hora de explicar tudo.

Laura olhou para sua mãe, que esperava uma explicação. Ela sabia que não poderia mais esconder a verdade.

“Mamãe, eu tenho algo para contar,” disse Laura, com voz firme. “Eu derrubei algumas caixas de leite, e então uma fada apareceu e me deu uma missão para salvar o supermercado.”

A mãe de Laura franziu a testa. “Uma fada, querida?”

“Sim,” disse Laura, mostrando o Cristal de Baunilha Congelada. “Ela me deu este cristal e me pediu para encontrar outros ingredientes mágicos. Eu viajei pelo Castelo dos Biscoitos, pelo Vale dos Vegetais e pela Montanha dos Congelados. Enfrentei um dragão, o Guardião das Verduras e o Yeti do Sorvete.”

A mãe de Laura olhou para o cristal com incredulidade. “Isso parece uma história muito imaginativa, Laura.”

“Mas é verdade!” insistiu Laura. “E quando eu estava tentando consertar o rio de leite, algo deu errado e criaturas mágicas começaram a aparecer por toda parte.”

Nesse momento, a fada do leite apareceu novamente, em um tufo de fumaça prateada.

“Ela está dizendo a verdade,” disse a fada, com voz suave. “Laura salvou o supermercado hoje. Ela é uma heroína.”

A mãe de Laura arregalou os olhos, sem conseguir acreditar no que via. “Uma fada… real?”

“Sim,” disse a fada. “E graças à coragem e inteligência de sua filha, o Reino Mágico do Supermercado está salvo.”

Laura olhou para sua mãe, esperando sua reação. Para sua surpresa, sua mãe começou a sorrir.

“Então foi por isso que você sempre amou tanto vir ao supermercado,” disse a mãe, com um sorriso compreensivo. “Você podia ver a magia que eu não podia.”

Laura assentiu, aliviada. “Sim, mamãe. E agora você pode ver também.”

A fada aproximou-se da mãe de Laura. “A magia foi revelada a você porque Laura a escolheu acima de tudo. Ela poderia ter se tornado a guardiã do supermercado, mas preferiu voltar para sua família.”

A mãe de Laura abraçou a filha com força. “Eu estou tão orgulhosa de você, querida. Você é muito corajosa.”

“O que acontece agora?” perguntou Laura, olhando para a fada.

“Agora, você tem uma escolha,” disse a fada. “Você pode voltar para sua vida normal, com a magia escondida, ou pode se tornar a guardiã do supermercado, com poderes para ver e interagir com o mundo mágico sempre que quiser.”

Laura olhou para sua mãe, que sorriu encorajadoramente. “A escolha é sua, querida. Eu te apoio em qualquer decisão que você tomar.”

Laura pensou por um momento. Ela amava sua vida normal, todavia também amava a ideia de poder visitar o mundo mágico do supermercado sempre que quisesse.

“Eu quero ser a guardiã,” disse Laura, finalmente. “Mas também quero continuar sendo sua filha e indo à escola e fazendo todas as coisas normais.”

A fada sorriu. “Isso pode ser arranjado. Você será a guardiã do supermercado, mas só quando estiver aqui. Em todos os outros lugares, você será apenas uma menina normal.”

Laura sorriu, aliviada. “Perfeito!”

A fada então tocou a testa de Laura com sua varinha mágica. Uma luz suave envolveu a menina, e quando desapareceu, Laura sentiu uma nova energia correndo por seu corpo.

“Está feito,” disse a fada. “Agora você é a Guardiã do Supermercado. Sempre que vier aqui, poderá ver e interagir com o mundo mágico. Mas lembre-se: com grandes poderes vêm grandes responsabilidades.”

“Eu vou me lembrar,” prometeu Laura.

A fada então desapareceu, deixando Laura e sua mãe sozinhas no corredor de laticínios. O supermercado parecia normal, porém Laura sabia que agora era diferente.

“Então, querida,” disse a mãe, pegando o carrinho de compras. “Ainda precisamos terminar nossas compras. Você quer me ajudar?”

Laura sorriu, pegando o carrinho. “Claro, mamãe! E desta vez, posso mostrar a você todos os lugares mágicos do supermercado.”

E assim, Laura e sua mãe continuaram suas compras, mas agora com um novo entendimento do mundo ao seu redor. Laura compreendeu que a verdadeira bravura não é não sentir medo, mas agir mesmo quando o medo tenta paralisá-la. Descobriu que o lar é o porto mais precioso, e que a magia brilha nos cantos mais simples para quem sabe olhar.
Daquele dia em diante, cada ida ao supermercado transformou-se em jornada. Laura acolhia os seres encantados, desvendava enigmas e preservava o frágil equilíbrio entre os mundos visível e invisível.
Ao avistar crianças com olhos brilhando diante das prateleiras, Laura sorria, intuíndo que talvez aquelas pequenas almas também vislumbrassem o encanto oculto entre as mercadorias.
Pois no fim, a magia genuína não reside em criaturas fantásticas, mas na arte de descobrir o prodigioso no trivial, e transformar cada gesto cotidiano em página de aventura.

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